segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Dialogo de Deuses

Phoebus:"-Em cada instante, cedo ou tarde,
Corrói minha plácida resistência,
Salgando minha ferida na saudade,
Espero que você tenha a decencia,
De me amar de verdade."


Ishtar:"- Mas abrindo palpebras e ouvindo do sol a liturgia,
Mas como ousa, mandar-me tal verso insolente,
Mas sim, amo te em demasia,
Mas sim, de maneira indecente!"

Venerando..

Do mármore ao ébano, passando pelo quartzo cor de rosa,
Por essa rigidez que o furor fervente passou
Passeia também as lavas de minha essencia fulgurosa..
E na ânsia de adentrar nos teus poros
E derramando me num langor supremo
Estremece se um peito em polvorosa
Enquanto o encanto incessante
A adoração constrói altar, para adorar e venerar
Em fúria religiosa.

Salahadin..

"O que jerusalem significa para ti..??"

"- NADA!...e tudo!"



"Desbravando os muros babilônicos, da terra os confins
Carne desnuda e aroma de jasmins
envolvendo em mãos tensas
esse universo negro que ostentas,
força em punhos,o franzir do cenho,
em curvas delirantes negras de tormentas!
Sedenta destes mares abissais de júbilo ondeante
sorver a agonia de tua tez gritante
arfante em tuas carnes, devoro teu perfume
Deliras, sim deliras,"-leva me!"
E quanto mais , e tanto mais assolo-te
Correntes de carne sangue e suor fremente!.
tormentas vermelhas
Enquanto esse fluxo, vai ao sul, realizar sua dança suprema,
Minhas mãos usufruem do amor o emblema.

Desbravando tuas vestes,arranco te de ti
arrasto-te,enlaço te, em transe, em frenesi
Ébria, enroscando me em teu halito de vinho
Vencendo e amando a besta arrebatada
pelo colarinho.."

domingo, 22 de agosto de 2010

Aurora ... À ti, Yokanaan, deidade iluminada e serena, adoçando meus dias!


Eros da manhã, ergendo-se no sol apolíneo, dos gritos de aurora, luz do dia,
Thanatos do meu ser , meu crepúsculo, minha noite, alcova de âmbar, ambrosia
Da amêndoa o licor, da besta o furor,
Dos jardins perfumados e aroma de canela,
Nos profundos rios de essência de damasco e textura de pétala de flor,
Da rajada, das faíscas de luz que invadem minha janela.

sexta-feira, 5 de março de 2010


Sublime adonis que meu universo cintila!

Que em teias doces , atou me em vossas vestes perfumadas,

No turbilhão de asas desvairadas

Ofuscou-me com luzes colossais

Quero-te assim, vinho entorpecente,

Aniquilando em mim a lógica que mente

Mármore candente, amor sereno

Naja hipnotizante, adicto veneno

Paixões de infinitos abissais

Aninhou se qual pássaro pueril em meu coração lunar,

Quebrantou espírito errante, melancolia a vagar

Rogando por intervenções celestiais!

Vinho , dessa tez que ambrosia exala

Vinho, desses olhos que meu espírito resvala,

Vinho! De voz a meu juízo enlouquecer,

Vinho! Adormeci, em teu peito, meu eleito

Em êxtase, em embriaguez, minha razão a fenecer!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

O ósculo de Zephirus


Pousada ao Léu, num monte, ao alto,
Ensaiando lentamente da persona o ato
O clarão da luz ofuscando o tento
Suaves cores turvando o pensamento
Eis que cruel como tufão, delicado como um lírio
Caminhando pelos céus,montado em nuvem alta
Zephirus, corria galopante, tocando sua flauta
E o encanto de criança em meu âmago fez morada
Riu, rolou em graça pueril, lançou-me seu açoite
Invadiu-me em intempéries, e meu dia se fez noite
Embalde cruzei os braços, encolhi-me, a fronte escondi
Sopro arrebatou-me , caí, morri!
E, num sorriso lasso, os olhos semicerrei
Com o vento em polvorosa nos poros adentrando
Girando dentre a pele movimentos circundando
Ritmo esférico e vermelho , pequenos cometas rubros se esvaem
Sua flauta a tocar melodia insana, pairando no ar avança, e gotas caem
Enquanto ele em piruetas, gracejos efusivos com meu corpo dança
Olhar cruel e riso zombeteiro
E o vento a beijar aquele corpo trigueiro.

Poemas Antigos: Anima Mea non Requiescat


Adentrando os portões negros espectrais,
Escuros passeios tingidos de lodo sepulcral
Cimento e cal, feições celestiais!
Move se o teto de tumba inerte,
Entrelaçam se em seu abrigo
Nós, viscosos e rítmicos
Borbulhamos em mil quimeras , e a tristeza arranca
Da caixa craniana a tampa
Ossos dançando rolam na campa
Palidez tão necessária a mais tentadora que vi!
Meu veneno neste rubor, meus tentáculos em ti!
Desmedido furor, fantasia decrépita
Carcaça ousada, aventura-se intrépida!

Inunda te de fulgor a fronte
Que os meus dedos inflamam
Estuar-lhe em frêmito
Queima ardente chama

No atro entrelaçar de tais correntes,
Teias infinitas
Enroscam-se tal artérias numa dança convulsiva
Jugular podre e pulsante,
Minha bulimia incisiva!
Contorcendo se em gritante apelo,
Fazer-te das veias novelo
Polegar em tua boca
Caninos em teu tornozelo

Tal pétala, tal dorso de espinhos,
Vultos misturando-se na vala, carne terra e vinho.
Olhos pios olhos exangues,
TORPOR DA ALMA, EXTASE DO SANGUE!!!!!!