domingo, 21 de fevereiro de 2010

O ósculo de Zephirus


Pousada ao Léu, num monte, ao alto,
Ensaiando lentamente da persona o ato
O clarão da luz ofuscando o tento
Suaves cores turvando o pensamento
Eis que cruel como tufão, delicado como um lírio
Caminhando pelos céus,montado em nuvem alta
Zephirus, corria galopante, tocando sua flauta
E o encanto de criança em meu âmago fez morada
Riu, rolou em graça pueril, lançou-me seu açoite
Invadiu-me em intempéries, e meu dia se fez noite
Embalde cruzei os braços, encolhi-me, a fronte escondi
Sopro arrebatou-me , caí, morri!
E, num sorriso lasso, os olhos semicerrei
Com o vento em polvorosa nos poros adentrando
Girando dentre a pele movimentos circundando
Ritmo esférico e vermelho , pequenos cometas rubros se esvaem
Sua flauta a tocar melodia insana, pairando no ar avança, e gotas caem
Enquanto ele em piruetas, gracejos efusivos com meu corpo dança
Olhar cruel e riso zombeteiro
E o vento a beijar aquele corpo trigueiro.

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