domingo, 21 de fevereiro de 2010

Poemas Antigos: Anima Mea non Requiescat


Adentrando os portões negros espectrais,
Escuros passeios tingidos de lodo sepulcral
Cimento e cal, feições celestiais!
Move se o teto de tumba inerte,
Entrelaçam se em seu abrigo
Nós, viscosos e rítmicos
Borbulhamos em mil quimeras , e a tristeza arranca
Da caixa craniana a tampa
Ossos dançando rolam na campa
Palidez tão necessária a mais tentadora que vi!
Meu veneno neste rubor, meus tentáculos em ti!
Desmedido furor, fantasia decrépita
Carcaça ousada, aventura-se intrépida!

Inunda te de fulgor a fronte
Que os meus dedos inflamam
Estuar-lhe em frêmito
Queima ardente chama

No atro entrelaçar de tais correntes,
Teias infinitas
Enroscam-se tal artérias numa dança convulsiva
Jugular podre e pulsante,
Minha bulimia incisiva!
Contorcendo se em gritante apelo,
Fazer-te das veias novelo
Polegar em tua boca
Caninos em teu tornozelo

Tal pétala, tal dorso de espinhos,
Vultos misturando-se na vala, carne terra e vinho.
Olhos pios olhos exangues,
TORPOR DA ALMA, EXTASE DO SANGUE!!!!!!

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