domingo, 21 de fevereiro de 2010

Poemas Antigos: Lamentações de um Prometeu




Caminhei pela colina enegrecida
Senti o Bóreas soprando no coração que finda
Nas entranhas o frio, o quedo, o horror que mina

Elevei me nas encostas fúnebres
Pés deslizando na lama podre em demasia,
Sorrindo, a fitar as figuras lúgubres,
Em devaneios, em sua introspecção doentia,
Nas alcovas flutuantes de divãs de veludo
Estáticos no escapar do ultimo suspiro de luz
Nos corredores obscuros no fim do dia.

O luto em seus olhos seus trajes, seus mantos,
Anjos de lamúria, carpideiras de um negro pranto,

Triunfante suportando este penar,
No cume desta subida impura,
Observo tal ser, presença sinistra,
A face da treva pura.

Aqui, edifico minha eterna morada,
Chorar sobre este punhal, afeto intruso,
Cravo em mim esta força atordoada!
Prisioneira que sou desta treva amada,
Peço te abutre, meu algoz!
Retorna, Sinistro Eu!

Em tua pedra encontro me acorrentada,
Em tua carne encontro-me rendida,

MINHAS VÍSCERAS POR UM BEIJO TEU!!

Um comentário:


  1. Li a poesia, ia comentar que remete a uma paisagem de inferno dantesca, aí que li o título...
    e eu falando dele hj.

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