domingo, 21 de fevereiro de 2010

Poemas Antigos: Ktulhu e Eu


Ouvis?
Os rugidos intermitentes das vagas que borrifam...impacto agressivo dos lamentos que se amontoam contínuos,
Intensamente em meu pensamento
Ouvis?
Lamúrias acorrentadas do passado
Luto dos amores perdidos amaldiçôo a fortuna, suporto o fado!
Respiro os ares de turva lembrança, aroma de amor singelo, feições doces,
Correntes, correntes! Vosso semblante atrelado!
Ouvis...Mar negro em meus pés arrebenta, torrentes úmidas
Ouvis?
O sopro, o vento, clarão intenso do astro passional..
Ossos meus, carnes convictas minhas jazem na areia do esquecimento!
Ouço! Sim!Me sopra o vento!
Ktulhu, em claro tom diz.
Questiono às vagas, ao vento, que importa?
O que queres, o que me ofereces aos desolados olhos, perscruto as sombras, a água, tento!
Responde-me: “um curioso intento”,
Voz, doce, veludo, calma
Água, respingos, lacrimejam em minha alma!
Ele, fala de vasto oceano, ele profere, fala em calma!
Digo lhe: Mas minha alma em ânsia fenece, queres uma súplica,
Os gritos de meu âmago feitos em prece?
Disse me, em tão profunda serenidade...
Tu que tens esses olhos de deidade,
Tu, esses lábios rubros em vinho
De ânsia entristece??
Se te apiedas, não vos adimiro
É obvio que o spleen, com efeito, ministrou seu labor
Queimou me os dedos, plantou em mim armadilhas,
Coroou-me com a dor!
Pede me, que vos acolho – disse-me ele.
So um clamor, so um desejo,
Vossa melancolia irá dissipar-se quando
Minha força sorver-te um beijo
Digo-te que meu peito fenece como ressecadas folhas
E que o vácuo em minha essência apunhala-me
O universo em si fecha-se, meu olhos não vêem escolhas.
Então, disse me ele, em ti irei me despojar
Caminhando satisfeito, tomarei-te minha
Abre teus olhos, fita o mar!
Vejo te!!
Vejo te!
Não mais ouço, mas vejo-te!
Vossos cabelos longos, de ouro!
Mas nas pontas destes cachos,
Das algas o verde!
Sim, este mesmo nos vossos olhos
Encontro ao ver te!
Então chega a mim,
Com o clarão da tempestade, o pavor o delírio
Mas sim! A volúpia e o êxtase
De uma besta os dentes
O prazer de um martírio!!!

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